ENCONTRO DE ALMAS



 ... E foi no encontro de dois corpos, até então desconhecidos,
que elas se abraçaram. Mas, não foi qualquer abraço...
A sensação era de transcender qualquer sentido terreno e corporal.
Então, ao se abraçarem, elas sorriram, enquanto os copos permaneciam ali. Estáticos.
O riso perdurou por toda a noite e pela madrugada a fora.
... E o desejo de se encontrarem novamente crescia a... cada piscar de olhos. Não pelas futilidades carnais. Não pelo novo. Elas já se conheciam, só precisavamse encontrar.
... E vieram outros contos e encontros, abraços e risos. Tudo era tão familiar, tão bom.. Elas se davam bem, naturalmente, como havia de ser.
Mas, os corpos também estavam ali e também sentiam desejos, vontades..
Então, eles também se entregaram, se conheceram.. E foi tão maravilhoso
quanto o abraço delas.
Mas elas queriam ir além...
Então, fundiram-se em uma completude tão imensa que todo o resto pareceu deixar de existir... Eram somete ELAS e ELES..
... E vieram outros e outros momentos, encontros e abraços.. A cada novo encontro de corpos, um novo abraço de almas.
Mas, os corpos são frágeis, covardes, obedecem leis.
As almas não. Elas fazem suas próprias leis.
... E no dia em que os corpos decidiram não mais se encontrar, as almas choraram. Houve um dilacerar de algo que não se pode ver ou ouvir, muito menos explicar.
... E os corpos sofreram com o desejo reprimido.
Mas, desejo se mata de alguma forma. Os corpos padecem em algum momento. Se vão.
As almas não. Elas permanecem.
... E mesmo que os corpos não mais se encontrem, as almas se abraçarão sempre que desejarem.. A cada novo olhar, gesto, ou até mesmo, em uma simples lembrança.

- Nossos corpos são apenas ferramentas que
nossas almas utilizam para se manterem próximas.

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