ELA

Era tarde. Ela se aproximou com ar de preocupação e me perguntou sobre umas coisas banais.
Eu prontamente tratei de responder. Ela com um jeito meio hostil, pareceu não se satisfazer com as informações que lhe passei.
Discutimos por um tempo, algo que eu não entendi o porquê de acontecer.  Ela, mais irritada do que anteriormente se despediu, agradeceu de forma grosseira e saiu.
Eu ri ao mesmo tempo em que fiquei intrigada. Por que ela havia me tratado daquele jeito? Seria mesmo mal educada? Ou estava com problemas demais a ponto de não enxergar a maneira que agia? Tentei não me importar tanto...
Passado alguns minutos, ela retornou, pediu desculpas, porém, o ar de hostilidade ainda era perceptível. Trocamos duas ou três palavras. Ela acendeu um cigarro, o que me surpreendeu. Ela não fazia o tipo que fumava... Mesmo assim, não teci nenhum comentário.
Ela me convidou a sentar, começou a falar sobre sua vida e o porquê de estar tão “agoniada”. Havia se separado do marido recentemente, ele a traíra. E por mais que não houvesse amor de ambas as partes, ela estava sofrendo... talvez por causa dos dois filhos que tinham, eles também estavam longe, com a avó.
Fui pegar uma bebida, ela parecia mais calma... ficamos ali por um tempo, sentadas no chão, conversando sobre tantas coisas.  Finalmente ela sorriu e disse que precisava realmente ir... Fomos nos despedir, nos beijamos... Ela sorriu novamente, eu também.

Não nos conhecíamos até então.

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